A Mediação Imobiliária no Contexto das Tendências Emergentes para 2025

O setor imobiliário europeu atravessa um período de transformação acelerada, pautado por uma confluência de factores económicos, sociais e tecnológicos que estão a redefinir a forma como se compra, vende, gere e investe em imóveis. O relatório Emerging Trends in Real Estate 2025 (PwC e Urban Land Institute, 2025) destaca algumas das principais forças motrizes desta mudança, tais como a crescente relevância dos critérios de Sustentabilidade e ESG (Environmental, Social and Governance), a transformação digital impulsionada pelas Proptechs e as novas dinâmicas de procura relacionadas com a demografia e a evolução dos estilos de vida.

Neste artigo, vamos mergulhar nas principais conclusões do relatório e compreender como estas tendências, potenciadas por um cenário global em constante mutação, irão moldar o futuro da mediação imobiliária nos próximos cinco anos. A mediação, historicamente associada ao papel de “intermediário” na compra e venda de imóveis, enfrenta agora a oportunidade (e o desafio) de se tornar um serviço cada vez mais estratégico, abrangente e orientado para a criação de valor a longo prazo.

Assim, exploraremos:

  1. As principais tendências emergentes no setor para 2025-2030, abordando temáticas como a sustentabilidade, a digitalização, a mudança nas preferências dos consumidores e a integração operacional de ativos.
  2. O impacto direto destas tendências na mediação imobiliária, analisando como o mediador pode diferenciar-se ao incorporar práticas de sustentabilidade, tecnologia e serviços de consultoria de alto valor.
  3. Estratégias para a evolução da mediação nos próximos cinco anos, com foco na formação contínua, em parcerias estratégicas, na ética e transparência, e na especialização em nichos de mercado.

 

Ao longo do texto, serão apresentados exemplos concretos e referências adicionais que sustentam esta análise, ajudando a traçar uma visão mais clara de como o setor pode evoluir. O objetivo é oferecer não apenas um panorama do que está por vir, mas também um roteiro de ações práticas que mediadores e consultores imobiliários podem seguir para se manterem relevantes e competitivos num mercado em rápida transformação.

1. As tendências emergentes do setor imobiliário (2025-2030)

1.1. Sustentabilidade e ESG como pilares essenciais

Nos últimos anos, o tema da sustentabilidade ganhou tração sem precedentes no setor imobiliário. A União Europeia, por exemplo, estabeleceu metas ambiciosas para a redução das emissões de carbono, tendo aprovado legislação específica para a melhoria do desempenho energético dos edifícios (como a Diretiva 2018/844/UE). Estas orientações políticas, aliadas à consciencialização crescente de investidores e consumidores, convergem para tornar os critérios ESG elementos centrais na decisão de investimento e na valorização de ativos imobiliários.

Foco na sustentabilidade

Conforme referido no relatório Emerging Trends in Real Estate 2025, mais de 70% dos líderes do setor consideram que a implementação de práticas de sustentabilidade e a conformidade com padrões ESG são determinantes para garantir o financiamento dos projetos e a valorização dos imóveis. Isto significa que edifícios ineficientes do ponto de vista energético ou que não cumpram critérios ambientais e sociais tendem a sofrer uma desvalorização significativa a médio e longo prazo.

Impacto no financiamento

O setor financeiro está cada vez mais atento ao perfil de sustentabilidade dos projetos. Bancos e outras instituições de crédito começam a oferecer condições de financiamento mais vantajosas para ativos com certificados energéticos de classe superior ou com selos de construção sustentável (como o LEED ou o BREEAM). Inversamente, projetos que não cumpram requisitos mínimos de eficiência energética podem enfrentar restrições de acesso ao crédito ou juros mais elevados. A tendência é reforçada pelos próprios investidores, que cada vez mais incluem a conformidade ESG nos seus critérios de seleção.

Oportunidade para renovação

A necessidade de modernizar e tornar os imóveis existentes mais eficientes do ponto de vista energético abre uma oportunidade robusta para o mercado de reabilitação urbana. Muitos edifícios antigos precisam de obras de remodelação que, para além de melhorarem o conforto e a qualidade de vida dos ocupantes, acrescentam valor ao ativo ao torná-lo mais atrativo para compradores e inquilinos preocupados com as questões ambientais. Neste sentido, o papel do mediador é duplo: por um lado, identificar oportunidades de aquisição de imóveis com potencial de reabilitação; por outro, aconselhar proprietários a adaptarem-se às exigências crescentes dos investidores.

1.2. Transformação digital e adoção de Proptech

O setor imobiliário, historicamente associado a processos complexos e pouco digitalizados, tem vindo a abraçar a transformação digital através do surgimento de inúmeras Proptechs. Estas empresas combinam tecnologia e imobiliário para propor soluções que vão desde a inteligência artificial (IA) à análise de grandes quantidades de dados (big data), passando pelo uso de blockchain para agilizar transações e garantir maior transparência.

Crescimento das Proptechs

De acordo com dados da CB Insights (2023), o investimento em startups de proptech ultrapassou, nos últimos anos, a fasquia dos vários milhares de milhões de euros globalmente. Este fenómeno reflete a procura crescente por ferramentas que facilitem processos como a pesquisa de imóveis, a gestão de arrendamentos, a análise de rentabilidade e o registo e validação de contratos.

Automatização e predição

A inteligência artificial, em particular, apresenta um potencial significativo no setor imobiliário ao permitir a criação de algoritmos preditivos capazes de antecipar tendências de preços, identificar padrões de consumo e até analisar o comportamento do utilizador em plataformas online. Estas ferramentas possibilitam maior eficiência operacional, reduzindo o tempo e o custo associados a tarefas repetitivas, como a verificação de documentos, e aumentando a precisão da avaliação de riscos.

1.3. Mudanças nas preferências e na procura

A evolução demográfica e social também influencia o tipo de imóveis que estão a ser procurados e valorizados no mercado. Por um lado, assiste-se a uma crescente procura por habitação acessível, impulsionada pela classe média urbana que enfrenta escalada de preços nas grandes cidades. Por outro lado, surgem nichos de mercado, como o co-living (habitação partilhada), o alojamento estudantil e projetos de habitação sénior adaptados às necessidades de uma população envelhecida, mas ainda ativa.

Procura por habitação acessível e sustentável

A escassez de habitação acessível em muitas cidades europeias é um problema crónico que tende a agravar-se caso não sejam desenvolvidas políticas públicas e privadas que privilegiem a oferta de imóveis mais económicos. A procura por habitação sustentável e eficiente do ponto de vista energético encaixa-se nesta tendência, já que os inquilinos e proprietários valorizam não só o custo inicial do imóvel, mas também o impacto nas despesas de manutenção e nas contas de serviços (água, luz, aquecimento).

Valorização de nichos emergentes

Áreas como a habitação sénior, o co-living e o alojamento estudantil destacam-se como segmentos em crescimento. Isto acontece porque respondem a necessidades específicas de grupos populacionais distintos, como estudantes universitários ou pessoas com mais de 65 anos que procuram soluções de habitação adaptadas às suas rotinas e orçamentos. Estas soluções muitas vezes incorporam serviços complementares (limpeza, atividades de lazer, suporte médico), criando ambientes que promovem a socialização e o bem-estar.

1.4. Integração operacional

A última tendência salientada no relatório Emerging Trends in Real Estate 2025 é a crescente importância da integração operacional dos ativos imobiliários. Isto significa que os investidores e proprietários de imóveis procuram maximizar a rentabilidade não só através do arrendamento ou venda tradicional, mas também pela exploração de operações complementares.

Gestão ativa de ativos

A gestão ativa implica um envolvimento profundo na forma como o imóvel é utilizado e administrado. No caso de ativos logísticos, por exemplo, vemos a crescente integração com serviços de distribuição, que podem beneficiar de sinergias significativas ao gerir tanto a parte de transporte como a de armazenamento dos produtos. Esta abordagem requer mediadores imobiliários que compreendam, para além do mercado imobiliário, a lógica operacional dos negócios que ocupam esses ativos, criando soluções de valor duplo (operacional e imobiliário).

2. O impacto destas tendências na mediação imobiliária

Tendo em conta as quatro grandes tendências — sustentabilidade, digitalização, mudança de preferências e integração operacional — é evidente que a mediação imobiliária terá de se adaptar a uma realidade onde a simples intermediação de imóveis deixa de ser suficiente. O futuro do mediador passa por assumir um papel mais consultivo, baseado em conhecimentos multidisciplinares que vão desde a consultoria de investimento até à análise de conformidade ESG.

2.1. Integração da sustentabilidade

A sustentabilidade não é apenas um critério “acessório”; está a tornar-se num ponto nevrálgico de todo o processo de decisão no investimento imobiliário. Para os mediadores, isto abre duas frentes de atuação muito relevantes.

Consultoria ESG

Os mediadores podem oferecer serviços de aconselhamento que informem proprietários, investidores e compradores sobre os benefícios de uma estratégia ESG sólida. Isto vai desde a explicação das normas e certificações vigentes (como a certificação energética ou o BREEAM) até à implementação de melhorias concretas no imóvel (isolamento térmico, sistemas de energia renovável, etc.). Num cenário em que muitos proprietários ainda desconhecem as implicações práticas do ESG, a mediação pode assumir o papel de “educador” do mercado, garantindo que as transações sejam alinhadas com as exigências regulamentares e as expectativas dos consumidores.

Gestão de ativos verdes

Uma das grandes oportunidades está na criação de serviços específicos de gestão de ativos verdes, onde o mediador apoia o proprietário na manutenção de padrões de eficiência energética ao longo do tempo. Isto pode incluir, por exemplo, a coordenação de auditorias energéticas regulares, a negociação de contratos de fornecimento de energia limpa ou até a consultoria na instalação de painéis solares fotovoltaicos. Através deste tipo de serviços, o mediador passa a gerar valor contínuo, para além do momento pontual de venda ou arrendamento.

2.2. Uso da tecnologia como vantagem competitiva

A adoção de soluções tecnológicas não deve ser encarada como uma ameaça ao papel do mediador, mas sim como uma forma de incrementar a sua eficiência e capacidade de resposta. A tecnologia permite libertar tempo e recursos que podem ser direcionados para atividades de maior valor acrescentado, como a construção de relações de confiança com clientes e a criação de estratégias de investimento personalizadas.

Proptech como aliada

Em vez de competir com as proptechs, o mediador pode estabelecer parcerias ou integrar diretamente algumas das suas soluções para otimizar processos internos. Um exemplo prático é o uso de chatbots alimentados por IA para responder a questões básicas de potenciais compradores, deixando os mediadores disponíveis para atividades de valor acrescentado e que exigem intervenção humana, como por exemplo a negociação e o aconselhamento personalizado . Outro exemplo é a utilização de plataformas de análise de dados que compilam informação sobre preços médios de mercado, taxas de ocupação, rentabilidade de arrendamento e previsões de valorização de zonas específicas.

Plataformas digitais próprias

O desenvolvimento de plataformas online de mediação, que permitam aos clientes efetuar visitas virtuais aos imóveis e acompanhar em tempo real o estado das propostas, é uma tendência em ascensão. Ter uma plataforma própria não só personaliza a experiência do cliente, como possibilita recolher dados valiosos sobre o comportamento de pesquisa e preferências, ajudando o mediador a antecipar necessidades e ofertar soluções mais adequadas.

2.3. Serviço 360 graus

O mediador do futuro deve ir além da compra e venda de imóveis e oferecer um conjunto de serviços abrangentes, que visem acompanhar o cliente em todas as etapas do ciclo imobiliário.

Diversificação de serviços

Embora a compra e venda sejam atividades centrais, há um universo de serviços complementares que podem ser oferecidos. Entre eles, destacam-se:

  • Apoio no financiamento imobiliário: Auxiliar clientes na obtenção de crédito habitação ou soluções de financiamento customizadas, recorrendo a parcerias com instituições bancárias.
  • Consultoria de investimento: Orientar investidores quanto aos segmentos mais promissores (logística, residencial, comercial, nichos específicos), considerando não apenas o retorno financeiro, mas também critérios de sustentabilidade e riscos associados.
  • Gestão de propriedades: Oferecer serviços de administração, manutenção e rentabilização dos imóveis. Isto pode incluir a seleção de inquilinos, a cobrança de rendas e a coordenação de reparações e melhorias.
  • Assessoria jurídica e fiscal: Em mercados cada vez mais regulados, a assessoria especializada em questões legais e fiscais é decisiva para garantir a segurança e a conformidade das transações.

 

Foco no cliente

Para além da componente técnica, o mediador deve reconhecer que cada cliente tem motivações e necessidades específicas. Um jovem casal à procura da primeira habitação tem preocupações distintas de um investidor estrangeiro que procura ativos para arrendamento de longa duração. Por isso, a capacidade de personalizar o serviço e de criar uma relação de confiança a longo prazo faz toda a diferença num mercado onde a oferta de soluções digitais se massifica.

2.4. Redefinição do papel do mediador

A evolução das tendências descritas obriga a uma redefinição profunda do papel do mediador, que passa a ser visto menos como “vendedor de imóveis” e mais como um gestor de relacionamentos e consultor estratégico.

Consultor estratégico

Com o acesso a dados detalhados de mercado e ao conhecimento das dinâmicas macroeconómicas, o mediador pode (e deve) atuar como um parceiro de negócio para os seus clientes. Isto implica, por exemplo, aconselhar sobre o melhor momento para vender ou comprar, identificar zonas em fase de valorização, ou mesmo propor melhorias num imóvel que o tornem mais competitivo no mercado.

Gestor de relações

O mediador torna-se o elo entre diferentes atores: investidores, compradores finais, proprietários, inquilinos e autoridades regulatórias. A gestão de expectativas e o alinhamento de interesses divergentes requerem competências avançadas de negociação e comunicação. Neste sentido, a mediação ganha um papel quase diplomático, ao harmonizar diferentes visões e garantir que a transação ou gestão de ativos decorra de forma transparente e benéfica para todas as partes envolvidas.

3. Estratégias para a evolução da mediação nos próximos 5 anos

Perante um cenário em constante mudança, com desafios e oportunidades, a pergunta que se coloca é: como podem os mediadores preparar-se, na prática, para este futuro? A resposta passa por investir em algumas áreas-chave que vão determinar a capacidade de inovação e a competitividade de cada agente no mercado imobiliário.

3.1. Formação contínua

A formação não pode ser encarada como um estágio inicial que se conclui com a obtenção de uma licença ou certificação. Pelo contrário, deve ser um processo contínuo, acompanhado de atualizações regulares sobre tendências de mercado, legislação, técnicas de venda e ferramentas tecnológicas emergentes.
  • Formação em ESG: É fundamental que os mediadores compreendam profundamente os princípios ESG e estejam familiarizados com certificações de sustentabilidade, tanto para orientar compradores e investidores, como para identificar imóveis com maior potencial de valorização.
  • Atualização tecnológica: Cursos e workshops sobre inteligência artificial, análise de dados e ferramentas de marketing digital podem fazer a diferença na hora de prestar um serviço mais ágil e eficiente.
  • Soft skills: Competências como negociação, comunicação interpessoal e gestão de conflitos são cada vez mais valorizadas num mercado que exige soluções criativas e relacionamentos de longo prazo.

3.2. Parcerias estratégicas

Numa era de especialização e de rápido desenvolvimento tecnológico, é impraticável para um mediador ou para uma agência imobiliária tentar dominar todas as áreas do conhecimento envolvidas no processo. Por isso, as parcerias estratégicas assumem um papel vital.
  • Proptechs: Estabelecer acordos de cooperação com startups tecnológicas pode garantir acesso privilegiado a ferramentas de vanguarda e permitir a personalização dessas soluções para responder às necessidades específicas dos clientes.
  • Bancos e seguradoras: Relacionamentos sólidos com instituições financeiras e seguradoras permitem criar pacotes de serviços que facilitem o processo de crédito e gestão de risco, aumentando o valor agregado para o cliente.
  • Especialistas em sustentabilidade: Engenheiros ambientais, consultores em eficiência energética e arquitetos especializados em construção sustentável podem complementar a oferta da mediação, tornando-a mais robusta e credível.

3.3. Ética e transparência

A perceção pública do setor imobiliário, em muitos mercados, ainda carrega algumas reservas relacionadas com falta de transparência nos processos de compra e venda, avaliação de imóveis e negociação de comissões. Este problema pode ser atenuado através da adoção de práticas que promovam a confiança e a credibilidade do mediador.
  • Processos claros e justos: O estabelecimento de metodologias transparentes para a avaliação dos imóveis, a explicação detalhada das comissões e a disponibilização de documentação completa e atualizada são elementos essenciais para conquistar a confiança do cliente.
  • Conformidade legal: É imprescindível garantir que todos os procedimentos obedecem às normas em vigor, desde o cumprimento das regras de combate ao branqueamento de capitais até à proteção de dados pessoais (RGPD).
  • Responsabilidade social: O mediador pode e deve envolver-se em iniciativas que beneficiem a comunidade, seja através de projetos de reabilitação urbana, de apoio social ou de educação financeira, contribuindo assim para a melhoria do ecossistema imobiliário local.

3.4. Especialização em nichos

Embora o mercado imobiliário seja, em muitos casos, generalista, a especialização em determinados nichos pode ser a chave para uma vantagem competitiva duradoura. Ao focar-se num segmento específico, o mediador desenvolve uma compreensão mais aprofundada das necessidades dos clientes, das dinâmicas de preços e das oportunidades de investimento.
  • Imóveis sustentáveis: Tornar-se um especialista em imóveis ecológicos, com conhecimento avançado sobre certificações de construção sustentável, tecnologias verdes e modelos de financiamento associados à eficiência energética.
  • Habitação sénior: Este segmento tende a crescer à medida que a população envelhece. Conhecer as necessidades específicas (acessibilidade, serviços de saúde e lazer, localização próxima de infraestruturas médicas) permite oferecer soluções personalizadas e altamente valorizadas por este público.
  • Investidores internacionais: Com a crescente globalização do mercado, muitos investidores estrangeiros procuram ativos em Portugal e noutros países europeus. Estar preparado para atender estes clientes — com fluência em línguas estrangeiras, domínio de questões legais e fiscais aplicáveis a não-residentes e uma rede de parcerias internacionais — pode fazer toda a diferença.

Conclusão: O futuro pertence aos mediadores que se reinventarem

O relatório Emerging Trends in Real Estate 2025 (PwC e Urban Land Institute, 2025) deixa evidente que o setor imobiliário está a atravessar uma fase de transformação estrutural, impulsionada por megatendências como a sustentabilidade, a digitalização, a alteração dos padrões de procura e a integração operacional. Estas mudanças trazem desafios significativos para a mediação imobiliária, uma vez que exigem competências multidisciplinares, maior sofisticação tecnológica e uma abordagem consultiva mais ampla.

 

No entanto, estes desafios também representam oportunidades. À medida que o mercado se torna mais complexo, existe uma crescente procura por profissionais capazes de oferecer um serviço diferenciado e de maior valor acrescentado. Ao integrar práticas de sustentabilidade, ao adotar ferramentas tecnológicas avançadas e ao evoluir de “vendedor de imóveis” para “consultor estratégico”, o mediador pode consolidar a sua relevância e tornar-se uma peça fundamental no ecossistema imobiliário.

 

A chave do sucesso passará pela capacidade de inovação, pela aposta na formação contínua, pela construção de parcerias estratégicas e pela adoção de princípios de ética e transparência. O mediador que for capaz de personalizar a sua oferta, seja em segmentos específicos do mercado, seja através de um serviço 360 graus (que inclui consultoria financeira, gestão de propriedades, assessoria jurídica e outros), ganhará vantagem competitiva e construirá uma relação de longo prazo com os seus clientes.

 

Em síntese, o setor imobiliário está cada vez mais exigente e sofisticado, e os próximos cinco anos serão decisivos para quem atua na área de mediação. Aqueles que souberem antecipar as tendências, adaptar-se às novas exigências e, sobretudo, colocar o cliente no centro da sua estratégia, têm nas suas mãos a oportunidade de liderar a transformação e redefinir o que significa ser mediador neste futuro cada vez mais dinâmico e interconectado.

Referências e Fontes Consultadas:

  1. PwC e Urban Land Institute (2025). Emerging Trends in Real Estate 2025. Disponível em: PwC Global
  2. Deloitte (2023). Real Estate Predictions 2025. Disponível em: Deloitte Real Estate
  3. CB Insights (2023). Proptech Funding Trends. Relatórios sobre investimentos em startups tecnológicas do setor imobiliário. Disponível em: CB Insights
  4. Comissão Europeia (2018). Diretiva (UE) 2018/844 do Parlamento Europeu e do Conselho. Disponível em: EUR-Lex
  5. LEED e BREEAM – Certificações de construção sustentável com informação disponível nos respetivos websites oficiais:

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